quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Quando o amor gera vilões

     O conceito de amor envolve, de forma geral, a afeição entre duas ou mais pessoas, pode-se amar os irmãos, os pais, os amigos ou podemos amar aquela pessoa especial que queremos que passe o resto de sua vida conosco, o amor dos amantes. Contudo, um amor não correspondido acaba gerando mágoa, ódio, rancor, pois como uma pessoa pode dispensar tudo aquilo de bom que você tem a oferecer? O ódio é um amor forte não correspondido que juntamente com o egoísmo pode nos oferecer temidos vilões da ficção.

Davy Jones

     
     O pirata sem coração, capitão do Holandês Voador está presente nos filmes Piratas do Caribe: O Baú da Morte e Piratas do Caribe: No Fim do Mundo. Davy Jones é um exemplo clássico de vilão criado a partir do amor. Davy Jones era um homem comum, um homem do mar que um dia se apaixonou pelo próprio mar, ou melhor dizendo, por uma deusa do mar Calypso. Calypso ofereceu a Davy Jones o cargo de guiar as almas mortas no mar a fazer a passagem para o mundo dos mortos, apaixonado Davy Jones aceitou, entretanto ele só poderia pisar em terra um dia a cada dez anos, e somente depois de dez anos Jones voltaria a ver a amada. Contudo, Calypso não apareceu dez anos depois para rever Jones. Enfurecido e com o coração partido, Davy Jones convocou a Irmandade dos Piratas, dizendo que se Calypso sumisse do mundo, os piratas poderiam reclamar o mar apenas para eles. Calypso foi aprisionada num corpo humano, conhecida agora como Tia Dalma, e Davy Jones ficou conhecido como o demônio do mar, onde encontrava os moribundos no mar oferecendo ser parte de sua tripulação por cem anos, ou morrendo, mas ao escolher a morte, suas almas ficariam vagando pelo mar, pois Davy Jones já não ajudava as almas a fazer a passagem.

Darth Vader

     
     O clássico e mais popular vilão de todos os tempos também foi criado pelo amor, na segunda trilogia de Star Wars lançada entre 1999 e 2005, foi nos apresentado a história de Anakin Skywalker, o Darth Vader. 
     Anakin era um criança prodígio, aos 11 anos já era mecânico de naves de corrida, já havia construído o C3PO e também já era piloto. Sua mãe conta que Anakin não tinha pai, ela teve uma gravidez espontânea, remetendo a Maria e seu filho Jesus. Ou seja, desde o nascimento Anakin era especial, divino, assim o filho de Deus na religião cristã. Apesar de se sentir o lado negro no garoto desde pequeno, ele foi treinado pelos jedis para ser o mais poderoso de todos os jedis. Probidamente ele se casou com Padmé Amigdala, por quem era apaixonado, contudo tinha terríveis visões da morte de sua amada. Com a influencia (in)direta do senador Palpatine (o sith Darth Sidious) o lado negro de Anakin começou a aflorar, com a promessa de que o poder sith poderia reverter até mesmo a morte, Anakin acabou indo para o lado negro da força, com seu objetivo principal de salvar sua esposa. Padmé acaba morrendo no parto dos filhos de Anakin, um casal: Luke e Leia.

Norman Bates

     
     O protagonista de Psicose também é um vilão criado pelo amor, Norman teve uma infância difícil graças a sua mãe, Norma, para ela todas as mulheres eram prostitutas e malignas, exceto ela mesma. Eles viviam dependentes um do outro (podemos ver essa relação no seriado Bates Motel) depois da morte do pai de Norman, pelo menos até Norma arrumar um namorado. Norman Bates acaba matando o casal envenenado, mas conserva o corpo da mãe numa cadeira no segundo andar de sua casa. O protagonista desenvolve um transtorno dissociativo de identidade, doença mental que faz com que ele assuma por vezes a personalidade da sua mãe falecida. 
     A família morava num hotel de beira de estrada pouco movimentado Norman assume o posto de gerência do hotel e um dia uma linda jovem se hospeda lá, Marion, e logo Norman se apaixona por ela, mas a personalidade de sua mãe acaba ficando com ciúmes e na famosa cena do chuveiro Norman mata Marion vestido com as roupas da mãe. O amor que move Norman é o amor materno, o excesso de amor da mãe provoca todas as reações, inclusive sua doença mental e a morte de Norma.

Annie Wilkes

     
     Não há fã mais apaixonada do que Annie Wilkes, de Louca Obsessão. Annie, porém, não é apaixonada por uma pessoa, seu grande amor é um série de livros escrita por um autor chamado Paul Sheldon, cuja personagem principal é Misery Chastain. Paul querendo mudar seu estilo de escrita acaba terminando a Saga de Misery, matando-a no final.
     Por um infortuno Paul sofre um acidente de carro no meio de uma nevasca e acaba quebrando as duas pernas, por sorte (ou não) é encontrado por Annie, uma ex enfermeira, que começa a cuidar do escritor em sua casa, ela se diz sua "fã número um" e devido a todo o cuidado que a enfermeira tem com ele, o escritor permite que Annie leia seu mais recente, e interminado, trabalho. Annie não gosta destrói o trabalho de Paul e o faz escrever uma continuação da saga de Misery, seu verdadeiro amor, mantendo o escritor em cárcere privado. O filme foi baseado na obra de Stephen King, o mestre do terror, e o papel de Annie Wilkes rendeu o único Oscar de Kathy Bates.

Jason Vorhees

     
     A sexta-feira 13 nunca mais foi a mesma depois dele, apesar dele ser o icônico assassino da série de filmes Sexta-feira 13, Jason só começou a matar no segundo filme da série. No primeiro filme a assassina era sua mãe, Mrs Voorhees, que está se vingando dos jovens que deveriam tomar conta do acampamento Cristal Lake, onde seu filho morreu afogado no lago que dá nome ao acampamento, Jason era um garoto deficiente, que sofria bullying dos colegas e era super-protegido pela mãe. Mas ao final do primeiro filme sua mãe é decapitada pela protagonista, e a partir do segundo filme da franquia, Jason mata qualquer adolescente que apareça no acampamento. Para quem já viu os filmes sabe que Jason mantém a cabeça da sua mãe num altar escondido, para ele, é como se a mãe o mandasse matar. Em Freddy vs Jason, Freedy Kruegger controla Jason usando sua mãe, mandado matar os jovens da Elm Street. 
     Vale lembrar que Jason só adquire sua máscara de Hockey no terceiro filme da franquia, antes disso, um pano cobre seu rosto deformado, outra curiosidade é que Jason morre a primeira vez apenas no quarto filme. Jason também é movido, de certa forma, pelo amor, um amor fraternal, assim como sua mãe antes dele.