quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Preconceito na DC Comics?


     Para quem acompanha as histórias da Batwoman sabe que sua personagem é lésbica. Kathy Kane, a Batwoman atual nos Novos 52, perdeu a mãe, a irmã está desaparecida, foi expulsa da exercito por ser lésbica, coisa da qual ela não se envergonha. Ela ama sua namorada, o que é mais normal do que se casar com quem se ama?
    Pois bem, a DC não permitiu que a Kathy Kane se casasse, logo, os autores da série pediram demissão. Vale lembrar que das séries de heróis da DC a única a concorrer ao prêmio Eisner, o Oscar dos quadrinhos, deste ano foi a Batwoman concorrendo como melhor capista e melhor colorista, e ganhando como colorista. A história da Batwoman é uma das mais visualmente bonitas que há, seu enredo é construído de forma não linear e nos envolve com tantas reviravoltas que tem. E a partir da edição número 12 ela tem uma parceira de peso em suas aventuras: A Mulher Maravilha.
     A Marvel fez seu primeiro casamento gay ano passado entre o Estrela Polar, um x-men, e Kyle, um humano, e até hoje eles estão bem e juntos. A Marvel possui vários personagens gays em sua trama, como o Wiccano e o Hulkling, que são um casal na série Young Avengers fora as outras realidades alternativas onde vimos Hercules e Wolverine sendo um casal. 

 
     Assim que a Marvel casou o Estrela Polar, a DC resolveu também um personagem gay em seu catálogo e o escolhido foi o Allan Scott, o (ainda não) Lanterna Verde da Terra 2 (realidade alternativa da DC). Em sua primeira aparição ele pede seu namorado em casamento e o que acontece? Nada! Allan Scott  prefere se tornar o Lanterna Verde e em algum ponto seu namorado/noivo acaba morrendo. Ou seja, o personagem foi apresentado como gay, ficou sem seu namorado logo na primeira edição e agora está salvando o mundo, ele não tem mais um relacionamento, apenas um rótulo. 


      Outro personagem gay da DC é Bunker, membro dos Novos Titãs, este também é gay, mas seu papel se resume a ser BFF das mulheres do grupo. Falta relacionamento homo afetivo na DC, que só há em Batwoman! E não foi somente com Maggie Sawyier, durante sua jornada ela se relacionou com outras mulheres.
    Vemos que a DC não está preocupada com questões sociais que envolvam a sexualidade, mas sim, com embate com a sua rival, a Marvel. Os autores da Batwoman lutaram para poder manter a essência da personagem que eles tanto prezam, contudo, a frequência na interferência editorial da DC têm desanimados seus colaboradores, diversas pessoas já pediram demissão da editora pela forma como eles estão agindo no processo criativo dos seus artistas. A proibição do casamento de Kathy Kane foi apenas a gota d'água para que os autores abandonassem a personagem.